A influência dos fatores ambientais e a característica dos anfíbios na colonização de hábitats no Parque Estadual da Serra do Tabuleiro

A estrutura da comunidade e suas interações competitivas são mecanismos estimuladores da dispersão dos indivíduos tanto a nível local como regional. Os indivíduos colonizam novos ambientes em busca de recursos para sua própria manutenção e reprodução. Para os anfíbios o sucesso da colonização pode estar associado a fatores ambientais como a distância de corpos d’agua, a espessura da serapilheira, a densidade do sub-bosque e a cobertura do dossel. Assim esta heterogeneidade ambiental pode, inclusive, proporcionar habitats mais ou menos permeáveis para a dispersão das espécies. Por outro lado, a ausência de um padrão de distribuição dos anfíbios entre habitats de florestas em muitos estudos foi atribuída a autoecologia (vagilidade, tamanho corporal e tolerância a umidade) das espécies e não a fatores ambientais locais. Assim, qual desses fatores (autoecologia e heterogeneidade do habitat) pode influenciar a colonização de anfíbios em poças em um ambiente florestal?

Se a autoecologia das espécies for um fator determinante no sucesso de colonização de poças, esperamos que espécies com maior distribuição geográfica cheguem primeiro as poças do que aquelas espécies com distribuição geográfica restrita; Ou se os fatores ambientais forem determinantes na colonização das poças, esperamos encontrar uma relação significativa entre as variáveis ambientais sobre a probabilidade de colonização das espécies de anfíbios. Esse estudo está sendo realizado no Parque Estadual Serra do Tabuleiro. No Parque foram distribuídos sistematicamente 20 grupos de três bacias de 20L cada uma. Em cada grupo de bacia está sendo observado a presença e abundância de desovas, girinos e adultos de cada espécie de anuro. As observações serão realizadas nas quatro estações do ano. Serão coletadas as informações referente a inclinação, altitude, distância dos corpos d’agua, cobertura do dossel, densidade do sub-bosque, espessura da serapilheira, temperatura e a umidade. A probabilidade de ocorrência das espécies em função das variáveis ambientais e distribuições geográficas serão testadas por regressões logísticas.